Silenciosa. Perigosa. Traiçoeira. A diabetes é uma doença que na maioria das vezes não demonstra sinais aparentes, mas que tem efeitos bastante sérios se não detectada e tratada adequadamente. Segundo dados do Ministério da Saúde, dentre todos os fatores que podem ocasionar uma amputação, a diabetes é a principal delas, sendo responsável por cerca de 43 amputações relacionadas à doença por dia.
A diabetes é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina pelo organismo, hormônio produzido pelo pâncreas e responsável pela regulação dos níveis de glicose no sangue. Devido a essa alteração, no caso, elevação dos níveis de glicose, a diabetes é popularmente conhecida como “doença do sangue doce” e pode ser dividida em tipos 1 e 2.
Na primeira delas, o pâncreas simplesmente não produz a insulina necessária para a regulagem do açúcar no sangue. Já no tipo 2, o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou o organismo não absorve corretamente a insulina. O diabetes tipo 1 é influenciado por fatores hereditários, costumando ser detectado na infância ou na adolescência. Nesta condição, o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas, que produzem a insulina. Desta forma, o corpo fica impedido de captar a glicose do sangue e transformá-la em energia, o que gera a queima de gordura e músculos, ocasionando perda de peso. No caso da diabetes tipo 2, o pâncreas produz a insulina, mas pode estar produzindo em quantidades menores do que o necessário ou o próprio corpo desenvolveu uma resistência ao hormônio.
Quanto ao tratamento da doença, é necessário o acompanhamento médico e o constante controle dos níveis de glicose no sangue. Há, segundo a orientação do médico, o uso de medicamentos e/ou injeção de insulina. Uma dieta equilibrada, devidamente elaborada por um profissional qualificado, bem como a prática de atividades físicas, é essencial para uma melhor qualidade de vida.
No que tange o universo das amputações, a diabetes dificulta a circulação, limitando ou até mesmo impedindo a chegada de sangue às extremidades inferiores do corpo, bem como atrapalha nos processos de cicatrização. Com a baixa circulação de sangue nas extremidades, pode ocorrer o aparecimento de úlceras que, devido a circulação comprometida e a cicatrização falha, acaba por gerar problemas de necrose que demandam debridamento (raspagem) ou até mesmo amputação. No caso desta ser necessária, deve-se ter um cuidado redobrado com o coto do paciente, uma vez que o processo de cicatrização é mais lento e delicado.
Após a completa cicatrização, trabalho de moldagem do coto e fisioterapia, com o auxílio de um profissional da área de protetização, o uso de próteses passa a ser uma alternativa para a retomada do caminhar com qualidade de vida.